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Blog da HashInvest

Entendendo a crise de 2020

Postado em 08/05/2020

Nome do Autor luis

***originalmente publicado na Newsletter HashInvest de 31/03/2020***

Essa é minha primeira crise depois de minha certificação CGA e autorização na CVM para ser administrador de carteiras, ou seja, desde que oficialmente me qualifiquei como investidor profissional. É um desafio navegar pela crise nesse novo papel, embora muito mais confortável que em 2008, quando eu era empresário e precisei mandar dezenas para a rua.

Enfim, estou fazendo essa pequena introdução porque embora a audiência da Newsletter seja baixa, quero que os poucos porém assíduos leitores saibam que existe cuidado no que eu escrevo e que mais que uma simples opinião, existe estudo e uma carga técnica embasando o que você lê por aqui.

Embora por vezes eu falhe, me esforço para fazer um texto sem que o lado teórico pese. Hoje o texto está longo e se propõe a te explicar de forma simplista o núcleo da crise que estamos vivendo nos mercados.

Posso afirmar com certeza que sob o ponto de vista de investimentos a situação geral é bastante grave e provavelmente pior do que você está imaginando.

Na Newsletter passada contei para vocês que tínhamos uma tragédia anunciada na cadeia de suprimentos global por conta da China e dados ruins da Itália estavam começando a chegar. Tudo foi muito rápido e de 15 dias pra cá, praticamente todo o planeta entrou em lockdown. Então vamos explorar os acontecimentos e analisar os prováveis cenários que teremos pela frente.

O primeiro fator que indica que o abacaxi está azedo, com casca grossa e que dispomos apenas de uma faca de patê para descascá-lo foi o fato de que, em tempo recorde, por volta de 5 dias depois da primeira queda brutal dos índices da bolsa americana, o governo americano junto com o FED (Banco Central Americano) montou um pacote de USD 6 Trilhões. Isso mesmo, nada menos do que USD 6.000.000.000.000,00!!!

De forma resumida e superficial, o governo irá distribuir USD 2 Tri para a população e empresas e o FED vai usar USD 4 Tri para comprar qualquer coisa (valores mobiliários) que tenham problemas de liquidez no mercado financeiro. Qualquer coisa é qualquer coisa, incluindo ações, debêntures (dívida privada emitida por empresa), ETF (fundos de índice), hipotecas… Só falta o FED anunciar que vai comprar coleção de selos, carro velho e tampinhas de garrafa.

O FED não está fazendo isso porque ele é bobo, muito menos inocente e muito menos malvado. O FED está fazendo isso porque está desesperado para estabilizar os mercados. O que acontece é que só existem vendedores, que estão vendendo por qualquer preço. Os compradores sumiram, e o efeito disso é uma espiral negativa de preços, na busca por dinheiro na mão o investidor vende pelo preço que for possível.

Exemplo didático para entender uma Dívida corporativa

Quando uma grande empresa quer se financiar, um dos instrumentos mais comuns é a emissão de dívida de longo prazo, que se chamam debêntures. A empresa oferece juros pré-determinados por um prazo pré-determinado, geralmente anos. Algo parecido com o Tesouro Direto, só que emitido por uma empresa.

Via de regra debêntures vão parar nas carteiras de grandes fundos de investimentos e fundos de pensão. Acontece que os fundos em sua grande maioria possuem liquidez em D+1, D+2, D+30 que seja, não importando o vencimento das tais debêntures que compõe o fundo. Traduzindo, eu tenho ativos com vencimento de anos e prometo resgates em dias.

Quando investidores resgatam seu dinheiro do fundo, o fundo precisa vender seus ativos no mercado, ao preço de mercado. E esses preços não aqueles pré-acordados na emissão, são os preços que o mercado está disposto a pagar naquele dia, com base na qualidade dessa dívida e da expectativa de juros para o futuro. Eles podem ser maiores ou menores que o preço nominal. Por exemplo, se eu tenho um papel que paga juros de 5% e os juros do governo são de 3%, a tendência é existir um ágio no preço desse papel, o mesmo vale no sentido oposto.

Quando a economia está saudável, o mercado secundário dá conta da liquidez diária, ou seja, alguém querendo sair desse investimento antes de seu vencimento vende a debênture para alguém querendo entrar nesse investimento.

A Bolha da Dívida

Da crise de 2008 para cá, o dinheiro ao redor do planeta está ficando barato, muito barato. Houve um grande estímulo para emissão de dívida.

Vamos a um exemplo, imagine um governo pagando 0,25% de juros ao ano. Existe um grande incentivo para que uma empresa emita uma dívida pagando 0,50% ao ano para se financiar. Investidores terão um rendimento 100% superior comprando a dívida da empresa em relação à dívida do governo.

Essa dívida recebe o nome de “alavancagem”. E é isso que significa o que tanto se fala por aí que tal empresa está muito alavancada. Quer dizer que ela deve muito.

Foram 12 anos de uma farra desenfreada. Assim como aquele jovem adulto que se perdeu no cartão de crédito e usa o limite de um cartão para pagar a fatura do outro, a famosa bola de neve, empresas começaram a se alavancar (emitir dívidas) para pagar suas outras dívidas.

A situação estava perto de um limite quando a ginástica criativa dos bancos Centrais inventou os tal juro negativo para continuar estimulando investidores a investirem no mercado e não em dívidas soberanas. Para os governos isso soou bem, eles se financiavam de forma mais barata ao passo que mantinham o fluxo de captação dos mercados, ou seja, empurravam o investidor para as dívidas corporativas.

A bagunça foi tão generalizada que tinha empresa captando dinheiro para recomprar ações e desse modo fazer o preço delas subir. Mas tudo tem limite.

O que está acontecendo em 2020 é que o cheiro de calote por parte das empresas está muito forte. O que os investidores fazem quando acham que as empresas não vão honrar com as dívidas? Eles correm para regatar seus investimentos antes que percam tudo e isso ocorre em espiral.

Quanto mais gente sai, mais gente quer sair. É a famosa analogia do cinema pegando fogo com a porta de emergência estreita.

O COVID-19 foi o gatilho do processo. A bolha da dívida já existia, já era insustentável e já estava prestes a estourar. O que o vírus fez foi dar a desculpa perfeita para que os calotes se iniciem em série.

“Veja bem, por causa do lockdown eu não vou honrar com minhas dívidas.”

“Por causa do lockdown eu preciso de dinheiro grátis do contribuinte, senão eu vou demitir em massa.”

“Por causa do lockdown o FED precisa comprar minhas debêntures para que os fundos de pensão não derretam com a marcação de preço a mercado”.

E assim o FED fez, entrou com tudo para tentar segurar a bucha, está sendo contraparte de última instância em qualquer negócio tentando desesperadamente estabilizar o derretimento do mercado americano.

Qual o problema disso?

O problema é que o FED não tem dinheiro. Os USD 4 Trilhões que ele vai usar para comprar as dívidas, ações, ETFs e coleções de tampinhas de garrafa simplesmente não existem.

O FED não compra esses ativos com dólares efetivos. Ele compra os ativos com títulos de dívida. Como no limite o governo pode emitir dólares para honrar com essa dívida, um título de dívida com o FED é considerado dinheiro vivo nos balanços de quem os recebeu.

O FED está criando esses USD 4 Tri do absolutamente nada. É literalmente como se você passasse um cheque sem fundos e esse cheque fosse aceito como dinheiro vivo baseado exclusivamente na sua palavra.

O mundo inteiro está no mesmo barco, o COVID-19 leva a culpa e o sistema econômico está flertando com uma depressão. Isso é muito sério.

O que vai acontecer?

Ninguém sabe. Por mais absurdo que possa parecer, a criação de dinheiro a partir do nada é vista como fundamental para estabilização dos mercados.

Em teoria os mercados vão estabilizar porque agora existe um comprador de última instância e os preços param de cair. É isso que se espera.

Se a estratégia funcionar, comprou-se paz de curto prazo nos mercados e está contratada uma nova crise para daqui a alguns anos, a crise das dívidas soberanas.

Mais dia menos dia, os detentores desses títulos da dívida eventualmente vão querer trocá-los por dinheiro, e no volume atual isso vai ser um novo pandemônio, mais isso é assunto pra outro dia.

Se a estratégia não funcionar, ou seja, os USD 4 Tri forem torrados e ainda assim houverem mais vendedores do que compradores, aí o bicho pega, não haverá chão e isso infelizmente, é uma possibilidade que no atual momento não pode ser descartada.

E os Bancos

Vejam que diferente de 2008 essa crise não é uma crise bancária. Essa crise é uma crise de dívida. Por óbvio que alguns bancões devem estar com a corda no pescoço, caso contrário o FED não teria sido tão rápido e a bazuca de dinheiro não seria tão grande.

Veja que em 2008 os bancos tinham em ativos mais ou menos USD 3 para cada USD 100 depositados e hoje eles possuem por volta de USD 13. É ruim, mas é muito menos ruim que em 2008.

Enquanto são empresas e investidores que quebram, a situação é crítica, porém contornável.

Por hora, não há o que temer, mas é necessário observar de perto. Se a estratégia do FED não funcionar os bancos são os próximos na linha e é aí que a coisa fede de verdade.

Se a bazuca de dinheiro não for suficiente, a espiral do calote vai chegar aos bancos. Se isso se materializar 2008 terá sido um conto de fadas, pois o FED já estará completamente sem munição e sem capacidade de socorrer aos bancos.

Controle de capitais (limitar a quantidade de dinheiro que pessoas e empresas podem movimentar) é uma realidade que está sobre a mesa e você deveria ter muito medo disso.

(Nota importante: É para esse cenário que você tem Bitcoin).

O Brasil

Os mercados locais estão completamente a deriva.

Hoje eles nada mais são que um proxy amplificado do que acontece nos EUA. Se lá sobre 2 aqui sobe 5, se lá cair 2 aqui cai 8. Os mercados locais simplesmente não tem vida própria durante essa crise.

Os riscos aqui são imensos. Nosso já fraco quadro fiscal foi para o brejo de vez. Os BRL 1 Tri em 10 anos economizados com a reforma da previdência já foram pro saco com o necessário pacote de estímulo ao Coronavírus.

Nosso Banco Central acha que somos primeiro mundo e já fala em fazer o QE tupiniquim e sair comprando ativos assim como o FED. Grandes, realmente grandes chances de acontecer com o Real algo muito parecido com o que aconteceu com o peso argentino.

Últimos 12 meses do ARS contra o USD

Recomendações Práticas

O primeiro ponto aqui é que tudo muda muito rápido e que talvez a nossa base de tempo de quinze dias não seja suficiente para realimentar o processo, mas passo o que penso no dia de hoje.

Se você não vendeu suas ações ANTES do derretimento da bolsa, agora é tarde. Melhor sentar e esperar ver o que vai acontecer. Tenha estômago e paciência. Já perdeu 50% agora é tarde.

Não é hora de comprar novas ações. Essa história de que está barato é balela. A bolsa brasileira está sem vida própria e opera exclusivamente como proxy dos índices americanos.

Ninguém sabe quem e muito menos em que condições as empresas vão sair do outro lado da crise. Ninguém nesse ponto vai admitir que está à beira da insolvência e todos vão se vender como fortes e resilientes.

Quanto tempo vamos ficar parados? Quanta gente vai morrer? Qual a dimensão do calote geral? Como fica de verdade o lado fiscal do país? Como serão os balanços das empresas? Pois é… A realidade é que a perspectiva atual é a pior possível.

Deixe para voltar ao mercado quando houver racionalidade, ou seja, quando a bolsa voltar a refletir a realidade dos balanços das empresas e não o humor dos mercados internacionais.

Se você saiu a tempo e está com o dinheiro parado, compre Dólar. Manter o patrimônio em Reais é quase certo que será uma aposta perdedora no curto-médio prazo. É difícil perder com o dólar meio que em qualquer cenário.

Ah, mais ele já subiu muito… Reveja o gráfico da Argentina e relembro que o nosso fiscal já foi pro saco…

Se o FED estabilizar o mercado, o Dólar se valoriza porque todos vão entupir o FED de dívida podre e vão ficar com o Dólar na mão até a coisa se acalmar.

Se a vaca for para o brejo de vez, todos vão sair correndo dos emergentes e o dólar sobe ainda mais que no cenário anterior.

Sim, a vaca pode ir para o brejo de vez. Veja a base de tempo de todas essas mudanças que estão ocorrendo e veja que o nosso dia a dia hoje é completamente surreal e inimaginável há meros 120 dias atrás.

O mercado do ouro também anda interessante nos últimos meses. O metal dourado ainda tem seu charme em tempos de crise. Pode comprar um pouco se conseguir ouro físico por preços justos.

Obviamente mantenho a recomendação de ter um punhado de Bitcoin e Criptomoedas, principalmente num cenário em que os bancos venham a cair.

A recomendação do Bitcoin não vale apenas para o sistema bancário americano, lembro que o mercado do Bitcoin é tão pequenino e insignificante em valor absoluto que basta uma economia civilizada cair para que ele eventualmente se multiplique por algumas vezes.

Nessa semana que passou a HashInvest disponibilizou carteiras em Tether, ou seja, um instrumento fácil e sem burocracia para que você proteja seu patrimônio em USD. Somos uma opção mais barata que casa de câmbio e com preços competitivos com fundos cambiais. Estamos cobrando 1% ao ano de administração.

Calibre seu portfólio antes que seja tarde. Boa sorte para todos nós.

Veja outros artigos

O fim do Real – R$

O fim do Real – R$

Até então, todos os padrões monetários conhecidos tiveram um início, meio e fim. Seria o Brasil uma exceção?

O Brasil adotou um padrão monetário reconhecido nacionalmente com a chegada dos portugueses. Os chamados réis vigoraram no Brasil desde a colonização até 1942, sendo sem dúvidas o padrão monetário de vida mais longa em nossas terras tupiniquins.

Desde então, digo desde 1942, seguimos numa constante alternância de padrão monetário para acomodar as irresponsabilidades sequencias e cumulativas de nossos governantes. Esticam, esticam e esticam até nossas moedas perderem praticamente todo seu valor. Na iminência de arrebentar uma nova moeda nasce ou renasce como se nada tivesse acontecido (menos para a população que empobrece).

Basicamente as irresponsabilidades sequenciais e cumulativas de TODOS os governos se resume em uma origem: A autonomia e liberdade do governo em determinar o valor do dinheiro. Dinheiro estatal não é escasso por definição, pelo menos não esses dinheirinhos da imagem mais acima…

De 1942 a 1967 vigorou o Cruzeiro (Cr$) – 25 anos de sucesso

1.000 réis passara a valer Cr$1,00

De 1967 a 1970 tivemos o Cruzeiro Novo (NCr$) – 3 aninhos

Cr$1.000 passara a valer NCr$1,00

De 1970 a 1986 o Cruzeiro Novo foi rebatizado de Cruzeiro para então mudar ao Cruzado que perdurou até 1989 – só mais 3 aninhos

NCr$1.000, rebatizados como Cr$1.000 passara a valer como Cz$1,00

De 1989 a 1990 o Cruzado virou novo e perdeu mais 3 zeros

Cz$1.000,00 virou NCz$1,00

De 1990 a 1993 o novo cruzado voltou a ser Cruzeiro

NCz$1.000,00 virou Cr$1,00

De 1993 a 1994 o Cruzeiro ganhou importância se tornando Cruzeiro Real, mas nessa perdeu mais 3 Zeros!

Cr$1.000,00 virou CR$1,00

Em 1994 o Cruzeiro Real perdeu o Cruzeiro e muito mais do que 3 Zeros

CR$2.750,00 viraram R$1,00

O Real vem fazendo história, pois acumula no momento em que escrevo esse texto quase 30 anos de história e uma inflação oficial acumulada de aproximadamente 680%.

Um sucesso. Um recorde. Quantos anos faltam para o Real Novo cortar 3 zeros?

Por muitos anos metais e pedras preciosas funcionaram como reserva de valor. Continuam funcionando. Por que? Porque são escassos na natureza. Quanto mais escasso e mais difícil o seu acesso maior o seu valor e melhor é o ativo como reserva de valor. Na história do dinheiro muitos ativos já foram utilizados como dinheiro ou reserva de valor, de conchas, pedras até commodities como sal e especiarias. Esses ativos funcionaram muito bem e mantiveram seu valor através dos tempos até que por um motivo ou outro deixaram de ser escassos e assim perderam seu poder de compra. O contato com outras civilizações ou avanços tecnológicos determinaram o fim da sua escassez. Nesse remoto passado a tecnologia foi a vilã para eliminar o poder de compra desses antigos padrões econômicos. Hoje a tecnologia é a heroína, os tempos mudam.

O Bitcoin é a realização de um feito inatingível e até então apenas idealizado como perfeição para um padrão monetário. O Bitcoin é escasso por definição eliminando por si só o risco de sua extinção (lembra lá da origem da derrocada das notinhas bonitas do início do texto?). Essa é a característica que faz muitos chamarem o Bitcoin de Ouro 2.0 ou Ouro Digital. Isso apesar do Bitcoin ser mais escasso que o ouro, mais divisível que o ouro, mais fácil e seguro de transportar que o ouro e ainda permitir a auto custódia.

Real ou Bitcoin para reserva de valor de longo prazo? 

O custo da sua teimosia

O custo da sua teimosia

A dúvida não vai lhe ajudar, pelo contrário, vai destruir sua capacidade de colher os benefícios do que tentamos lhe vender.

Recorrentemente faço um exercício com simulações, e hoje, trago o investimento mensal iniciado em uma data simbólica, a dia do All Time High do Bitcoin em 2021, em 8 de Novembro de 2021.

Nosso personagem fictício, o Zezão, para o êxtase dos detratores da Faria Lima, resolveu comprar o Bitcoin e Hash5 no pico, na máxima histórica… Para que nenhum “especialista” ou gerente de banco tenha uma desculpa qualquer para desqualificar o argumento.

Teria Zezão se dado mal?

Teria Zezão perdido dinheiro?

Não, nosso herói ganhou 547% (QUINHENTOS E QUARENTA E SETE POR CENTO) a mais com o Bitcoin do que ganhou com o Tesouro SELIC (menos o imposto de renda, o que ampliaria ainda mais essa diferença).

Zezão ganhou mais de 350% (TREZENTODS E CINQUENTA POR CENTO) a mais com o HASH5.

Observe a tabela abaixo, são 27 aportes de R$ 100,00 para nosso exercício:

TOTAL ->   4,116.22   4,891.16   3,100.22   3,110.97
  Hash5 Bitcoin CDI IBOV
08/11/2021         48.10         68.98      129.14      122.86
08/12/2021         60.08         93.47      128.35      119.24
08/01/2022         75.91      108.97      127.37      125.75
08/02/2022         86.69      113.39      126.38      114.73
08/03/2022      102.17      129.65      125.46      115.71
08/04/2022      101.78      129.92      124.24      108.82
08/05/2022      123.43      151.80      123.25      122.47
08/06/2022      167.15      174.65      121.92      118.82
08/07/2022      203.00      228.03      120.68      128.39
08/08/2022      169.87      212.34      119.44      118.78
08/09/2022      188.07      255.40      118.11      117.15
08/10/2022      184.51      256.03      116.86      110.64
08/11/2022      197.95      274.85      115.68      110.69
08/12/2022      208.19      287.33      114.45      119.95
08/01/2023      209.17      286.90      113.30      118.19
08/02/2023      174.04      216.93      111.98      117.11
08/03/2023      191.80      230.49      110.96      120.86
08/04/2023      160.05      182.03      109.78      127.71
08/05/2023      169.52      186.83      108.73      121.43
08/06/2023      177.79      198.68      107.52      111.49
08/07/2023      182.77      174.26      106.44      108.22
08/08/2023      167.62      176.89      108.05      101.29
08/09/2023      192.04      199.34      104.18      111.59
08/10/2023      182.28      178.69      103.19      112.70
08/11/2023      151.95      144.29      102.27      107.97
08/12/2023      125.33      118.10      101.58      101.24
08/01/2024      114.96      112.92      100.91         97.17

Os valores da tabela é o valor em 19/02/2024 (data em que escrevo esse texto) para o aporte efetuado no dia 8 de cada mês, iniciando no All time High.

Algumas observações pertinentes no tema HASH5 vc Bitcoin

P: “Ain, mas o HASH5 foi muito pior que o Bitcoin”.

R: Foi. O Bitcoin se comportou melhor no Bear Market, mas observe a tendência dos números nos últimos 4 meses. O HASH5 tende (não posso te garantir que vá) a desempenhar melhor nos touros. Foi assim nos últimos 3 ciclos, muito possivelmente será nesse também.

              Note também que minha explicação para isso é que a ganância e irracionalidade tendem a empurrar moedas de baixa capitalização de mercado para cima em meio a euforia. HASH5 é uma ferramenta de captura desse movimento de especulação através da diversificação e Bitcoin é a propriedade privada suprema. A perfeita noção disso e das diferenças é fundamental.

Estamos em estágios iniciais de um potencial novo Bull Market e as coisas tendem a ficar surreais a medida que o mercado se aquece. Por surreis eu digo que o Bitcoin sobe muito e via de regra, o mercado de altcoins se torna um hospício.

Passando um pito em você

Conto nos dedos os clientes que adotam a ÚNICA estratégia que defendemos publicamente em nosso conteúdo, que a estratégia do preço médio com diligência e disciplina. Batemos nessa tecla há mais de 6 anos, e nada…

Me faltam dedos para cotar os clientes que choram que só perdem dinheiro, que nunca foram felizes com o Bitcoin e com o Hash5 e que delegam a culpa para a HahInvest. Fizeram preço médio com diligência e disciplina? Não, não fizeram.

Quem se identificar com essa segunda parte aqui, muito provavelmente vai esperar um novo All Time High para voltar a comprar, e deixou muito lucro e uma potencial mudança de vida sobre a mesa.

É simples, mas não fácil

Veja que para ganhar mais de 5 (CINCO VEZES) o que a renda fixa lhe rendeu, mais do que 5 (CINCO VEZES) o que a bolsa de valores lhe rendeu, não tem absolutamente nenhum segredo.

É disciplina e um pouco de estômago. O estômago é para aguentar os poucos meses de prejuízo. A disciplina é saber que isso faz parte e manter os aportes de forma cadenciada.

Comprar um pouco por semana ou por mês. Não ficar olhando preço, trabalhar aportes como um relógio, não é ciência de foguete!

Mas não, você quer acertar a alta e a baixa. Você tem medo de comprar e perder.

Trago más notícias, o resultado não é do dia para a noite e não se materializa em uma semana, o resulta é composto no longo prazo e ele é incrível.

Em janelas de 4 (quatro) anos os resultados são praticamente obscenos, são inacreditáveis… Se até o maluco que aportou um monte uma vez na vida tem seus momentos de alegria, tente imaginar o sujeito disciplinado com constância e aportes de preço médio.

A melhor parte? Está prestes a acontecer de novo!

A pior parte? Você não vai ter a disciplina de fazer o preço médio, de novo! Vai reclamar de novo! Vai comprar uma vez em um dia específico, vai ver o preço cair a vai se por a reclamar.

Não vai ganhar 5 (CINCO VEZES MAIS) que bolsa ou renda fixa em um período de pouco mais de 2 anos aquele que é fraco, medroso e, principalmente, indisciplinado.

E o Zezão? Zezão vai mudar de vida.

E esse outro Zezão aqui que vos escreve, já falei e repito, esse é meu último Bull Market como uma entidade pública que tenta ajudar as pessoas com uma receita muito simples. Chato, claro que é chato… Quem não quer que seja do dia para a noite?

Menos Lobo de Wall Street, mais paciência para sentar a apreciar a grama crescer, ao seu tempo!

O que é, o que é… 

O que é, o que é… 

…acontece a cada quatro anos, deixa muita gente com os nervos à flor da pele e vai se repetir em 2024? 

Se você curte esportes, a resposta óbvia seria Olimpíadas, mas admito que não sou muito engajado nessa área. Para mim, o evento mais importante de 2024 é o Halving do Bitcoin. 

Este evento reduz pela metade a taxa com que novos Bitcoins são criados e a próxima vez que isto acontecerá será em abril de 2024. Isto porque estes eventos estão programados para ocorrer a cada 210.000 blocos (intervalo em que as transações de Bitcoin são processadas e publicadas).  Como cada bloco é gerado em média a cada 10 minutos, temos 144 blocos por dia. Então, em 1.458 dias ou pouco menos de 4 anos, temos um Halving e, o próximo, cairá aproximadamente em 26 abril de 2024. 

A partir desse dia, serão criados 3,125 Bitcoins a cada 10 minutos, frente aos 6,25 gerados atualmente. Isso significa que a oferta anual de novos Bitcoins será de cerca de 164.250, o que representará uma taxa de inflação de 0,88% (melhor que praticamente todos os países).  

Mas se todo mundo sabe quando e o que vai acontecer, por que tanta expectativa? 

Bom, nas 3 ocasiões anteriores em que tivemos um Halving, tivemos também um ciclo de alta bastante respeitável e que durou em média um ano e meio. 

O primeiro Halving foi em 28 de novembro de 2012 e, na sua sequência, tivemos uma valorização de mais de 8.000%. O preço do Bitcoin passou de USD 12 para mais de USD 1.000 ao final de 2013. 

O segundo Halving ocorreu em 9 de julho de 2016 e foi seguido por um aumento de mais de 2.000%, levando o preço de USD 650 para quase USD 20.000 no final de 2017. 

No terceiro e mais recente Halving, ocorrido em 11 de maio de 2020, o Bitcoin era cotado a USD 8.800. Em abril de 2021, o preço chegou a USD 64.000, ou uma valorização de 800%. 

A justificativa mais comum é de que o Halving causa uma redução na oferta de moedas no mercado, enquanto a demanda permanece constante. Seguindo as aulas de macroeconomia, isto faz os preços aumentarem. Faz sentido, mas a meu ver, demoraria um pouco para sentir os efeitos dessa escassez e a escalada nos preços não seria tão íngreme. Além disso, nos ciclos anteriores que eu presenciei, se falou muito pouco sobre o Halving ou mesmo sobre o Bitcoin em si. 

Por exemplo, o ano era 2016 e tivemos a febre das ICOs, com novas criptomoedas disruptivas sendo lançadas quase que diariamente. Em 2020, vieram os NFTs e os memes que eram vendidos por milhares de dólares. O fato é que ninguém lembrava do Halving e as pessoas estavam muito mais interessadas em outras criptomoedas/blockchains do que no próprio Bitcoin. 

De qualquer forma, seja pela diminuição da oferta, seja por trazer mais atenção para o mercado das criptos e seus projetos, historicamente, o Halving foi seguido por um ciclo de prosperidade para todo mercado das criptomoedas. Tomara que em 2024 não seja diferente.