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Blog da HashInvest

Minhas crenças a respeito do investimento em Bitcoin e Criptomoeda

Postado em 15/11/2019

Nome do Autor luis

Nessa semana a volatilidade voltou ao mercado de Criptomoeda, infelizmente para baixo. Lá na Newsletter 57 está tudo bem explicadinho de quando você não deve investir em Bitcoin e Criptomoeda, pois ela oscila (e muito) e pode virar pó do dia para a noite.

Se você leu, entendeu e mesmo assim quer ficar por aqui vamos adiante.

Minha situação é ligeiramente desconfortável. Se o Bitcoin sobe “não fiz mais que a obrigação” e se o mercado cai, a culpa é toda minha, que não avisei para sacar a tempo. Gostaria de ter esse poder a mim atribuído por alguns de nossos clientes. Mas não estou aqui para fazer amigos… Estou aqui para comprar e guardar com segurança Criptomoedas para quem não está afim de fazer esse serviço por conta, mas o que todos me cobram é posição, então, vou me posicionar.

O mercado de Criptomoedas em geral está num momento ruim quanto ao tocante “relações públicas”. Localmente (no Brasil), o interesse em Bitcoin é nulo ou perto do inexistente e tipicamente ele está sendo utilizado para promover pirâmides, fraudes e empresas com liquidez problemática (Vide Unick Forex, Investimento Bitcoin, Bitcoin Banco, Atlas Quantum e 3xBit não necessariamente na ordem) entre outras.

Você que acompanha nossa Newsletter já sabe se prevenir e evitar toda essa turma… Mas a tentação é grande e um monte de gente foi atrás daquele 1% ao dia que virou 0% de tudo… Enfim…

Mundialmente, a frustração e o desinteresse são parecidos, um pouco menos ruim eu diria. Quem apostou na fada mágica da Bakkt quebrou a cara. Nós avisamos a exatos 15 dias que nada iria acontecer do dia para a noite e que a análise de impacto da Bakkt deve ser feita em no mínimo 180 dias, mas enfim, a turma que gosta de se iludir se iludiu como nunca e se estrepou como sempre.

Voltando ao título do artigo, o objetivo do texto de hoje é reforçar para nossos clientes a minha visão (exclusivamente pessoal e não corporativa) em meio a sua frustração. Bom, vamos lá, começando pelo lado ruim…

O Bitcoin e o mercado de Criptomoedas podem sim desaparecer e valerem algo perto de zero do dia para a noite e você precisa estar totalmente consciente disso antes de investir qualquer quantia nesse mercado, e a chance disso acontecer não é desprezível.

Tendo a perfeita noção disso, agora vamos ao lado bom… Visão de longo prazo. Antes que os pessimistas apareçam com a história que no longo prazo todos iremos morrer, antecipo que minha visão de longo prazo é de 10 a 15 anos.

Em 1995 a utilização da internet alcançou 0,4% da população mundial, uma adesão tão baixa a ponto de que em 1996, Robert Metcalfe (inventor do Ethernet – o famoso fio azul mágico da internet e fundador da 3Com) soltou a seguinte frase:

“Eu vejo que a Internet será como uma espetacular supernova e em 1996 irá catastroficamente colapsar”.

Veja o que Clifford Stoll ( na época o astrônomo era considerado uma influente voz no mundo da tecnologia) disse sobre o que viria a ser o e-commerce naquele mesmo 1995:

Clifford Stoll – Youtube

Prometemos compras instantâneas em catálogos – basta apontar e clicar para obter ótimas ofertas. Vamos pedir passagens aéreas pela rede, fazer reservas em restaurantes e negociar contratos de vendas. As lojas ficarão obsoletas… Então me explique o porquê uma loja do meu shopping local faz em uma única tarde mais vendas do que a Internet inteira faz durante um mês? Mesmo que houvesse uma maneira confiável de enviar dinheiro pela Internet – o que não existe – a rede está perdendo o ingrediente mais essencial do capitalismo: os vendedores”.

Pois é… Nossos gurus não poderiam estar mais errados. E porque eles erraram tão feio? Porque é cômodo acreditar que as coisas continuarão a ser como sempre foram. É uma aposta com boas chances de sucesso… Porém, quando o benefício é grande e as vantagens são inegáveis, a natureza segue seu curso.

Nem toda inovação pega, nem toda inovação da certo, mas com 10 anos de vida, o Bitcoin trás consigo inovações que fazem cada vez mais sentido, principalmente no contexto econômico, político e cultural que temos tomado como rumo. Quando as inovações fazem sentido as chances de sucesso se multiplicam por muitas vezes.

De forma resumida, o Bitcoin trouxe consigo duas inovações principais:

1 – Um protocolo de criação e transferência de dinheiro sem autoridade central, ou seja, uma rede que funciona por si sem a necessidade da “benção” de governos, empresas, bancos, igrejas e afins… A posse e a transferência de dinheiro são definições exclusivas de seus proprietários. Sem limites diários, assinaturas de gerentes ou outras excrescências;

2 – Incensurabilidade e inclusão. O blockchain do Bitcoin não se importa se você é preto, branco, amarelo ou cor de rosa. Homem, mulher ou qualquer coisa no meio do caminho. Literalmente qualquer um é aceito de forma igual pela rede e o seu dinheiro registrado nela não pode ser movido ou confiscado sem sua autorização. Governos não pode fazer nada a esse respeito disso nem que queiram;

Enfim, dentre muito outros, esses dois são fatores que muito provavelmente serão suficientes para garantir a não extinção das Criptomoedas e muito provavelmente ajudarão no seu crescimento.

Dito isso, gostaria de acrescentar que, de acordo com alguns estudos feitos por gente bastante competente no meio das Criptomoedas, em 2019 o uso do Bitcoin vai chegar em… 0,4% da população mundial. Num conceito de universos paralelos (técnica de Design Thinking) chegamos em 1995 no mundo dos Criptoativos.

Acredito que, em 2030, se você comprou Bitcoin por USD 100 ou por USD 20.000 será completamente indiferente.

Acredito (de verdade) na compra de um punhado de Criptomoeda todo mês.

Acredito que a volatilidade de preços de curto prazo é um mero ruído feito para te deixar com o estômago embrulhado e abalar minhas convicções.

Acredito que o melhor momento para comprar Bitcoin foi em 2010 e o segundo melhor momento é hoje.

Acredito que o Ethereum (ou alguma plataforma de smartcontracts) irá conseguir tracionar de verdade.

Acredito que o Ripple está pavimentando muitas estradas e que o uso do XRP é questão de tempo.

Acredito que juro negativo é um erro e que fatalmente parte do dinheiro institucional vá parar nas Criptomoedas, não porque é bonito, mas por falta de alternativas melhores.

Acredito que estamos falando de tecnologia e não de fé cega, então, reafirmo o compromisso de que, se eu desistir e achar que o barco fez água de vez, meus leitores serão os primeiros a saber.

Não tenho a menor pretensão de estar certo em todas as crenças, mas estou posicionado de forma que, se eu estiver completamente errado não vou morrer de fome e nem perder o todo de minhas economias, mas se eu estiver parcialmente certo eu vou multiplicar uma bela quantia a ponto de mudar de vida.

Falo para os amigos cada vez mais céticos com os investimentos em Criptomoedas (semanas como a que passou ajudam muito nisso) que 2030 é logo ali, que somos todos usuários iniciais (0,4%) e que pelo menos por enquanto, o custo de deixar o bonde passar pode ser muito mais elevado do que se arriscar a ver essa coisa toda mudar o mundo.

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Memecoins: a piada que chegou à presidência dos EUA 

Memecoins: a piada que chegou à presidência

Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, há uma grande expectativa de políticas mais favoráveis do governo americano em relação às criptomoedas (escrevo esse texto antes da posse). No entanto, a única certeza que temos até o momento é o lançamento das meme coins, TRUMP e MELANIA, pelos respetivos homenageados (presidente e primeira-dama). Juntas, essas duas meme coins já chegaram a valer mais de USD 14 bilhões.  

Uma meme coin é uma criptomoeda baseada em memes ou piadas da internet. Geralmente, elas são criadas como uma forma de humor ou sátira, mas algumas acabam ganhando valor significativo impulsionadas principalmente pela comunidade e pelo hype nas redes sociais. Outras celebridades como Elon Musk, Caitlyn Jenner, Iggy Azalea também resolveram lucrar dessa forma.  

Além da possibilidade de ganhos significativos, hoje é muito fácil do ponto de vista técnico criar uma moeda digital. Inclusive, já existem sites como Pump.fun  e Token Tool, que tornam esse processo simples como preencher um formulário online. Contudo, se o processo de criação é rápido, paga-se para que uma nova moeda seja listada por sites e exchanges. O lançamento “sério” de uma moeda custa entre USD 5.000 e USD 50.000. 

Por ser tão fácil e o investimento baixo, segundo agregadores, todos os dias entre 40.000 e 50.000 novos tokens de criptomoedas são criados. Durante períodos de hype, esse número pode chegar a 100.000. No entanto, muitas dessas iniciativas têm poucas horas de vida. 

Obviamente que nem tudo são flores, especialmente para projetos que não tem o homem mais poderoso do mundo e nem o mais rico como garotos propaganda. Ainda segundo a plataforma DREX, a maioria dos projetos de meme coin (89%) tem um valor de mercado entre 0 e $USD 1,000. Apenas 5% das meme coins tinham um valor de mercado acima de $10 milhões em março de 2024. 

Além disso, a volatilidade dos preços das meme coins é um dos aspectos mais marcantes desse segmento. Essas moedas podem experimentar oscilações extremas de valor em curtos períodos. Eventos como tweets de celebridades e notícias de parcerias podem causar aumentos repentinos nos preços. Da mesma forma, quedas igualmente rápidas acontecem quando o interesse diminui ou surgem preocupações sobre a sustentabilidade dos projetos. 

Por exemplo, o preço do Dogecoin ($DOGE) viu um aumento meteórico após uma série de tweets de Elon Musk, apenas para experimentar quedas substanciais quando o entusiasmo inicial esfriou. O que parece estar acontecendo com as moedas TRUMP e MELANIA.  

Por isso, a não ser que você compre uma meme coin por brincadeira ou piada, é muito difícil que acerte o momento certo de entrar nesse “investimento”. Você terá que acertar qual, dentre os milhares de projetos, será colocado em destaque por uma celebridade de alcance global. 

2025 já está voando

2025 já está voando

Parece que foi ontem que o ano de 2024 terminou. 2025 era esperado com muitas expectativas…

E não decepcionou… 2025 começou bastante animado e já vamos completando o primeiro mês do ano. 1/12 do ano já se foi…

Em janeiro todos os olhos do mundo econômico se voltaram ao tio Sam. Donald Trump assumiu a cadeira mais importante da maior potência econômica e militar do planeta num estilo bem caricato e pistola. Assinou pilhas de decretos de todos os tipos, assuntos e gostos… se pautou no auge da arrogância já conhecida e nada diferente daqueles que o elegeram esperava. Não vou me atrever a analisar seus decretos, veracidades, pontos positivos e nem negativos. Vou me ater ao fato do Bitcoin e demais ativos virtuais terem passado em branco no dia 1 do novo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Entretanto, movimentos de substituição na presidência da SEC (equivalente à CVM nos EUA) e a criação de uma comissão para o desenvolvimento de uma regulação pró-Bitcoin e cia foi suficiente para alavancar as cotações para novos ATH. Já na semana seguinte uma startup chinesa, DataSeek, chacoalhou o mercadoi de ações norte-americano. Em especial a Nvidia e outras bigtechs derreteram. Nenhuma relação direta com o Bitcoin, mas o efeito colateral dos mercados como um todo derrubaram o Bitcoin para baixo dos 100 mil dólares outra vez. Para a tristeza dos haters, rapidamente o Bitcoin se recuperou e voltou a ser transacionado acima dos 100 mil dólares.

Toda essa novela se passou em menos de 30 dias e certamente teremos muito mais nos próximos 11 meses. Essa emoção toda certamente será convertida em volatilidade e na média as expectativas são animadoras. Importante salientar que todos esse movimentos e ruídos são apenas catalizadores de preço de curto a médio prazo. Quando pensamos no protocolo matemático, esses ruídos têm interferência zero no Bitcoin. Preços subindo ou preços caindo o Bitcoin seguirá com sua escassez e sua descentralização. Os fundamentos que levam ao real valor do Bitcoin são justamente a sua escassez e sua descentralização.

Descentralização confere segurança e soberania ao indivíduo enquanto a escassez por protocolo matemático (descentralizado) reverte parte de seu valor em preço. Quanto maior for a demanda por algo escasso maior será seu preço. Quanto maior for o preço de um ativo seguro pelo qual cada indivíduo tem a soberania sobre ele tem um valor incalculável nos dias atuais. Justamente essa frase “nos dias atuais” que faz a procura por Bitcoin aumentar gradativamente retroalimentando esse círculo virtuoso.

No início era coisa de nerd, hoje já superamos o ciclo dos indivíduos e estamos ganhando velocidade no ciclo dos institucionais e talvez entrando simultaneamente no ciclo dos países. E nisso o catalizador que comentei lá no início ganha relevância pois pode acelerar a adoção de empresas e países para constituírem suas reservas em Bitcoin. Enquanto ruídos pontuais como “DataSeek” em nada interferem nesse processo de adoção ou no protocolo do Bitcoin, ou seja, zero influência nos fundamentos.

Enquanto governos e países forem controladores, intervencionistas e gastadores a tendência é de valorização do Bitcoin em relação às moedas fiduciárias (reais, dólares e etc…). Elimine os ruídos e foque nos fundamentos e seja feliz! Que venha o futuro.

O cenário mais provável para o Brasil

O cenário mais provável para o Brasil

Abrimos a segunda metade do atual governo com perspectivas excelentes para quem vive no padrão Bitcoin e perspectivas não tão excelente para quem vive no padrão de Real brasileiro.

Se no dia 7 de janeiro o governo faz propaganda que o déficit primário (leia a newsletter 149 sobre esse tema onde explico que déficit primário em si já é um número mentiroso e pouco útil) de “apenas” 0,1% do PIB, no dia 27 o pesquisador do Insper, Marcos Mendes detalha que ele na verdade foi 9 (NOVE) vezes maior que o divulgado (basta uma breve pesquisa no Google para você ler inúmeras reportagens sobre o tema).

Mas não é só Haddad que está maquiando dados, o IBGE capitaneado pelo autodenominado “comunista” Márcio Pochmann tem sido alvo de um motim, em que altos diretores da instituição protestam e reclamam pela falta de autonomia e uso político da instituição, se dividindo entre carta de repúdio e chegando ao extremo do pedido de exoneração.

O IBGE jura que a inflação de 2024 fechou abaixo de 5%. Nessa altura do campeonato, imagino que você já tenha verificado perante a sua realidade que a inflação real é algo entre 3 a 4 vezes isso.

O mesmo IBGE divulga desemprego nas mínimas, porém esquece de combinar com os russos, que divulgam gastos com seguro-desemprego nas máximas e crescentes.

Junte a esse caldeirão a recente pesquisa de popularidade do governo, no dia 27 de janeiro, em que pela primeira vez o governo é mais mal avaliado do que bem avaliado e apertem os cintos.

Popularidade em baixa encarece a barganha com nosso congresso corrupto, torna os favores dos deputados mais caros e favorece a gastança com viés populista para tentar reverter as questões.

Não se iluda com o refresco proporcionado pelo USD caindo de 6.20 para 5.80, ele tem nome e sobrenome. O nome chama Donald Trump, onde o refresco do USD acontece em meio a acomodação da chegada do novo governo americano e o sobrenome é recesso parlamentar, dando uma trégua ao noticiário fiscal por assim dizer.

Nossa perspectiva local é ruim, muito ruim… Terrível para ser sincero.

Recapitulando, temos na equação um governo corrupto negociando junto a um congresso corrupto, um ministro da fazenda inapto e incapaz, um instituto de estatística corrupto e mentiroso em um cenário pré-eleitoral com a popularidade de um presidente decrescente junto com um tesouro nacional sem ter de onde tirar dinheiro.

Você não precisa ser gênio para avaliar que a situação não é das melhores.

A recente crise do PIX mostrou que o governo não tem mais folego político, forças políticas e apoio popular para aumentar me criar mais impostos, o que perante ao mercado aliviaria a situação dando um espaço teatral aos infindáveis gastos.

Descartando o aumento e criação de impostos no passo necessário para atender ao apetite do feudo por mais dinheiro, restam duas alternativas sobre a mesa.

A alternativa 1 é austeridade, a redução do estado, como por exemplo um grande e significativo corte de privilégios de castas como a do judiciário e dos militares, e uma grande otimização da máquina pública e seus recursos, uma redução de impostos para quem produz e a redução de incentivos ao nada fazer proporcionada através de dinheiro grátis.

A alternativa 2 é imprimir dinheiro, aumentar as regalias dos senhores feudais do alto funcionalismo e expandir o UBI (Universal Basic Income – o auxílio Brasil por exemplo) e assim garantir base de apoio e consequentes votos para 2026.

Explorando um pouco mais a alterativa 2, já são mais de 56 milhões de brasileiros atendidos pelos programas sociais, dos quais são estimados que 42 milhões são eleitores. Some esse número aos 12 milhões de funcionários públicos Federais e a base de eleitores para perpetuar o atual governo parte de 54 milhões de votos, independente do caos.

Lembre-se que a classe média é uma câmara de eco, em que ela prega e protesta com ela mesma. Ela é numericamente inferior, não tem voz perante os senhores feudais. Na prática, além de cômodo, o grande incentivo do governo é arroxar e tirar dinheiro da classe média para expandir regalias do feudo e distribuir dinheiro grátis via UBI. Perde-se um voto em detrimento ao ganho de vários.

A alternativa 1 nos tiraria lentamente do buraco.

A alternativa 2 caminha pelos trilhos da Argentina de Cristina e Alberto Fernandez.

Se você acredita que o governo brasileiro irá optar pela alternativa 1, Tesouro Direto e ações na B3 fazem perfeito sentido.

Se você tende a acreditar que a alternativa 2 é mais provável, a janela para que você tenha Bitcoin está ficando estreita. Nesse cenário, Bitcoin a 20 mil, 40 mil ou 200 mil dólares fará pouca diferença quando comparada a destruição potencial de patrimônio que se desenha até as próximas eleições.

O cenário mais provável para o Brasil, você decide!