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Blog da HashInvest

Que o Tango não vire Samba, mas se virar…

Postado em 16/10/2019

Nome do Autor luis

Nossos vizinhos estão passando por maus momentos e esses maus momentos podem ilustrar a importância que o Bitcoin pode ter em sua carteira de investimentos.

Vamos lá… Los hermanos conseguiram o título de ser a única nação do planeta que fez o caminho inverso no desenvolvimento, que saiu do primeiro para o terceiro mundo, que trocou de status de economia desenvolvida para em desenvolvimento.

Até a década de 50 a Argentina estava confortavelmente desfrutando do status de estar entre as 10 nações com maior PIB per capita do planeta, até que resolveram achar que o socialismo era uma ideia a ser levada em conta e o gráfico acima ilustra com clareza os resultados práticos obtidos por Perón, Menem e mais recentemente os Kirchner.

A vida não estava fácil até que um empresário com discurso liberal surge, Mauricio Macri torna-se prefeito de Buenos Aires em 2007 e em 2015 chega ao poder como presidente da república prometendo uma guinada para a direita.

Macri pegou um país a beira do colapso, uma inflação em torno de 40% ao ano (a inflação oficial era muito maior na prática), com fazendeiros estocando grãos porque os impostos sobre a exportação inviabilizavam as remessas internacionais.

Imediatamente após chegar ao poder, Macri derrubou as tarifas de exportação, suspendeu o controle artificial sobre a taxa de câmbio e renegociou títulos públicos.

Tudo parecia caminhar na direção correta até que a grana acabou. A Argentina já tinha dado calote de sua dívida em 2001 e a pressão dos credores foi apontada como o grande fator que derrubou a popularidade de Cristina Kirchner. Obviamente, grande parte da culpa foi transferida ao “malvado” FMI.

Sem dinheiro, Macri precisou passar o chapéu e bateu na porta do “malvado” FMI de novo. Mesmo depois do calote recente, o FMI voltou a emprestar dinheiro porque o discurso liberal de Macri pareceu convencer que a economia do país apontava na direção correta. O tesouro argentino emitiu títulos de 100 anos com juros extremamente atrativos em 2017, e os investidores (apesar do histórico do credor) prevendo a onda de juros negativos se esbaldaram comprando tais títulos.

Acontece que bater na porta do FMI seria queimar o que restava do capital político de Macri junto ao povo argentino. Na lógica do povo, a miséria e o caos econômico era justamente culpa do FMI e suas imposições de austeridade e o atual presidente recorrera novamente ao mesmo “grande mal” para tentar salvar a nação.

Sem capital político, o presidente não conseguiu aprovar as reformas no congresso e nação ficou literalmente travada, pobre, endividada e obviamente, a culpa cai integralmente sobre os ombros da dupla Macri e FMI (soa similar ao Brasil?).

O processo eleitoral argentino funciona com as prévias e as eleições de verdade. Nas prévias, vejam só, os argentinos optaram em massa pela volta do peronismo e Macri tem muito poucas chances de reverter o quadro até Outubro, nas eleições de verdade.

O resultado surpreendeu o mundo, afinal, o que faria uma nação voluntariamente querer voltar para a origem de sua desgraça? Não faz o menor sentido… Mas…

O índice Merval, a bolsa Argentina, está 72% abaixo de seu pico histórico, um dia antes das prévias e o Peso argentino perdeu mais de 45% de valor perante o dólar no mesmo período.

Na tentativa desesperada de reverter o quadro eleitoral, Macri faz uma atrapalhada guinada à esquerda e se traveste de peronista para tentar ganhar votos. Declarou o calote da dívida (faltando 98 anos para seu vencimento) e o calote no FMI (que ele chamou de renegociação de prazos). Está jogando para a torcida, com aumento de salários de agentes públicos e já se fala em congelamento de preços.

Mas o pior é ainda está por vir, no final de semana do dia 01/09 a Argentina implantou controle de capitais, mais um passo rumo ao abismo. Empresas estrangeiras terão limites de remessas de dólares ao exterior e as pessoas físicas não podem comprar mais que 10 mil dólares por mês (por enquanto).

Universos Paralelos

Bom, o caso do Brasil só não é igual ao caso argentino porque o congresso conseguiu derrubar Dilma Roussef antes do caos econômico completo. Goste você ou não de Michel Temer, é preciso admitir que ele resgatou a credibilidade do Brasil perante ao mercado ao conseguir aprovar o teto de gastos e Henrique Meirelles conseguiu quebrar a espinha dorsal da inflação, que estava na casa dos 14% ao ano e subindo.

Mesmo assim o nosso caso ainda é bastante parecido. Os brasileiros elegeram Bolsonaro na esperança que uma guinada à direita junto ao liberalismo econômico de Paulo Guedes seja suficiente para reverter o rumo da crise e principalmente, que a nação possa voltar a crescer e gerar empregos.

Se assim como na Argentina, nosso congresso travar as reformas e paralisar o processo de crescimento, existe uma grande chance de chegarmos em 2022 e o povo voltar a eleger aqueles que nos jogaram ao caos, e o que aconteceu com o Merval e com o Peso certamente se repetirá com o Ibovespa e com o Real, não precisa ter nenhuma dúvida.

Do fundo do meu coração, eu acho que nossas chances são melhores e que nosso quadro tende a ser positivo. A aprovação da reforma da previdência parece dizer que, ao contrário dos hermanos, pode existir alguma esperança nas bandas de cá, mas é sempre bom ter um plano B.

E o Bitcoin?

No caos argentino, a Bitcoin renova sua máxima, está no pico de preço histórico.

Veja que mesmo com o “estouro da bolha” de 2017, o Argentino que comprou parte de seu patrimônio em Bitcoin protegeu seu dinheiro e o mais importante de tudo, está imune ao famigerado controle de capitais.

Lembre que acima de tudo o grande mérito do Bitcoin é a incensurabilidade, ou seja, o fato dele ser seu, longe de leis esdrúxulas e deixe que o governo esperneie o quanto quiser.

O Bitcoin é uma excelente alternativa de plano B, seja pelo potencial de valorização (secundário nesse caso), seja por não estar correlacionado a nenhum tipo de caos econômico local, mas principalmente porque ele não está nem aí para limites, imposições, sanções e demais excrescências vindas de governos desesperados.

De pouco adianta aos Argentinos correrem atrás o Bitcoin agora, para fazer o efeito positivo na carteira de investimentos ele já tinha que estar lá. Você não consegue comprar uma apólice de seguro na hora que você bate o carro.

Veja que o índice Merval caiu mais de 30% em um único dia (12 de Agosto após a divulgação das prévias), ou seja, não dá tempo de embarcar quando a crise estoura, é necessário estar protegido com antecedência.

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Veja outros artigos

Memecoins: a piada que chegou à presidência dos EUA 

Memecoins: a piada que chegou à presidência

Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, há uma grande expectativa de políticas mais favoráveis do governo americano em relação às criptomoedas (escrevo esse texto antes da posse). No entanto, a única certeza que temos até o momento é o lançamento das meme coins, TRUMP e MELANIA, pelos respetivos homenageados (presidente e primeira-dama). Juntas, essas duas meme coins já chegaram a valer mais de USD 14 bilhões.  

Uma meme coin é uma criptomoeda baseada em memes ou piadas da internet. Geralmente, elas são criadas como uma forma de humor ou sátira, mas algumas acabam ganhando valor significativo impulsionadas principalmente pela comunidade e pelo hype nas redes sociais. Outras celebridades como Elon Musk, Caitlyn Jenner, Iggy Azalea também resolveram lucrar dessa forma.  

Além da possibilidade de ganhos significativos, hoje é muito fácil do ponto de vista técnico criar uma moeda digital. Inclusive, já existem sites como Pump.fun  e Token Tool, que tornam esse processo simples como preencher um formulário online. Contudo, se o processo de criação é rápido, paga-se para que uma nova moeda seja listada por sites e exchanges. O lançamento “sério” de uma moeda custa entre USD 5.000 e USD 50.000. 

Por ser tão fácil e o investimento baixo, segundo agregadores, todos os dias entre 40.000 e 50.000 novos tokens de criptomoedas são criados. Durante períodos de hype, esse número pode chegar a 100.000. No entanto, muitas dessas iniciativas têm poucas horas de vida. 

Obviamente que nem tudo são flores, especialmente para projetos que não tem o homem mais poderoso do mundo e nem o mais rico como garotos propaganda. Ainda segundo a plataforma DREX, a maioria dos projetos de meme coin (89%) tem um valor de mercado entre 0 e $USD 1,000. Apenas 5% das meme coins tinham um valor de mercado acima de $10 milhões em março de 2024. 

Além disso, a volatilidade dos preços das meme coins é um dos aspectos mais marcantes desse segmento. Essas moedas podem experimentar oscilações extremas de valor em curtos períodos. Eventos como tweets de celebridades e notícias de parcerias podem causar aumentos repentinos nos preços. Da mesma forma, quedas igualmente rápidas acontecem quando o interesse diminui ou surgem preocupações sobre a sustentabilidade dos projetos. 

Por exemplo, o preço do Dogecoin ($DOGE) viu um aumento meteórico após uma série de tweets de Elon Musk, apenas para experimentar quedas substanciais quando o entusiasmo inicial esfriou. O que parece estar acontecendo com as moedas TRUMP e MELANIA.  

Por isso, a não ser que você compre uma meme coin por brincadeira ou piada, é muito difícil que acerte o momento certo de entrar nesse “investimento”. Você terá que acertar qual, dentre os milhares de projetos, será colocado em destaque por uma celebridade de alcance global. 

2025 já está voando

2025 já está voando

Parece que foi ontem que o ano de 2024 terminou. 2025 era esperado com muitas expectativas…

E não decepcionou… 2025 começou bastante animado e já vamos completando o primeiro mês do ano. 1/12 do ano já se foi…

Em janeiro todos os olhos do mundo econômico se voltaram ao tio Sam. Donald Trump assumiu a cadeira mais importante da maior potência econômica e militar do planeta num estilo bem caricato e pistola. Assinou pilhas de decretos de todos os tipos, assuntos e gostos… se pautou no auge da arrogância já conhecida e nada diferente daqueles que o elegeram esperava. Não vou me atrever a analisar seus decretos, veracidades, pontos positivos e nem negativos. Vou me ater ao fato do Bitcoin e demais ativos virtuais terem passado em branco no dia 1 do novo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Entretanto, movimentos de substituição na presidência da SEC (equivalente à CVM nos EUA) e a criação de uma comissão para o desenvolvimento de uma regulação pró-Bitcoin e cia foi suficiente para alavancar as cotações para novos ATH. Já na semana seguinte uma startup chinesa, DataSeek, chacoalhou o mercadoi de ações norte-americano. Em especial a Nvidia e outras bigtechs derreteram. Nenhuma relação direta com o Bitcoin, mas o efeito colateral dos mercados como um todo derrubaram o Bitcoin para baixo dos 100 mil dólares outra vez. Para a tristeza dos haters, rapidamente o Bitcoin se recuperou e voltou a ser transacionado acima dos 100 mil dólares.

Toda essa novela se passou em menos de 30 dias e certamente teremos muito mais nos próximos 11 meses. Essa emoção toda certamente será convertida em volatilidade e na média as expectativas são animadoras. Importante salientar que todos esse movimentos e ruídos são apenas catalizadores de preço de curto a médio prazo. Quando pensamos no protocolo matemático, esses ruídos têm interferência zero no Bitcoin. Preços subindo ou preços caindo o Bitcoin seguirá com sua escassez e sua descentralização. Os fundamentos que levam ao real valor do Bitcoin são justamente a sua escassez e sua descentralização.

Descentralização confere segurança e soberania ao indivíduo enquanto a escassez por protocolo matemático (descentralizado) reverte parte de seu valor em preço. Quanto maior for a demanda por algo escasso maior será seu preço. Quanto maior for o preço de um ativo seguro pelo qual cada indivíduo tem a soberania sobre ele tem um valor incalculável nos dias atuais. Justamente essa frase “nos dias atuais” que faz a procura por Bitcoin aumentar gradativamente retroalimentando esse círculo virtuoso.

No início era coisa de nerd, hoje já superamos o ciclo dos indivíduos e estamos ganhando velocidade no ciclo dos institucionais e talvez entrando simultaneamente no ciclo dos países. E nisso o catalizador que comentei lá no início ganha relevância pois pode acelerar a adoção de empresas e países para constituírem suas reservas em Bitcoin. Enquanto ruídos pontuais como “DataSeek” em nada interferem nesse processo de adoção ou no protocolo do Bitcoin, ou seja, zero influência nos fundamentos.

Enquanto governos e países forem controladores, intervencionistas e gastadores a tendência é de valorização do Bitcoin em relação às moedas fiduciárias (reais, dólares e etc…). Elimine os ruídos e foque nos fundamentos e seja feliz! Que venha o futuro.

O cenário mais provável para o Brasil

O cenário mais provável para o Brasil

Abrimos a segunda metade do atual governo com perspectivas excelentes para quem vive no padrão Bitcoin e perspectivas não tão excelente para quem vive no padrão de Real brasileiro.

Se no dia 7 de janeiro o governo faz propaganda que o déficit primário (leia a newsletter 149 sobre esse tema onde explico que déficit primário em si já é um número mentiroso e pouco útil) de “apenas” 0,1% do PIB, no dia 27 o pesquisador do Insper, Marcos Mendes detalha que ele na verdade foi 9 (NOVE) vezes maior que o divulgado (basta uma breve pesquisa no Google para você ler inúmeras reportagens sobre o tema).

Mas não é só Haddad que está maquiando dados, o IBGE capitaneado pelo autodenominado “comunista” Márcio Pochmann tem sido alvo de um motim, em que altos diretores da instituição protestam e reclamam pela falta de autonomia e uso político da instituição, se dividindo entre carta de repúdio e chegando ao extremo do pedido de exoneração.

O IBGE jura que a inflação de 2024 fechou abaixo de 5%. Nessa altura do campeonato, imagino que você já tenha verificado perante a sua realidade que a inflação real é algo entre 3 a 4 vezes isso.

O mesmo IBGE divulga desemprego nas mínimas, porém esquece de combinar com os russos, que divulgam gastos com seguro-desemprego nas máximas e crescentes.

Junte a esse caldeirão a recente pesquisa de popularidade do governo, no dia 27 de janeiro, em que pela primeira vez o governo é mais mal avaliado do que bem avaliado e apertem os cintos.

Popularidade em baixa encarece a barganha com nosso congresso corrupto, torna os favores dos deputados mais caros e favorece a gastança com viés populista para tentar reverter as questões.

Não se iluda com o refresco proporcionado pelo USD caindo de 6.20 para 5.80, ele tem nome e sobrenome. O nome chama Donald Trump, onde o refresco do USD acontece em meio a acomodação da chegada do novo governo americano e o sobrenome é recesso parlamentar, dando uma trégua ao noticiário fiscal por assim dizer.

Nossa perspectiva local é ruim, muito ruim… Terrível para ser sincero.

Recapitulando, temos na equação um governo corrupto negociando junto a um congresso corrupto, um ministro da fazenda inapto e incapaz, um instituto de estatística corrupto e mentiroso em um cenário pré-eleitoral com a popularidade de um presidente decrescente junto com um tesouro nacional sem ter de onde tirar dinheiro.

Você não precisa ser gênio para avaliar que a situação não é das melhores.

A recente crise do PIX mostrou que o governo não tem mais folego político, forças políticas e apoio popular para aumentar me criar mais impostos, o que perante ao mercado aliviaria a situação dando um espaço teatral aos infindáveis gastos.

Descartando o aumento e criação de impostos no passo necessário para atender ao apetite do feudo por mais dinheiro, restam duas alternativas sobre a mesa.

A alternativa 1 é austeridade, a redução do estado, como por exemplo um grande e significativo corte de privilégios de castas como a do judiciário e dos militares, e uma grande otimização da máquina pública e seus recursos, uma redução de impostos para quem produz e a redução de incentivos ao nada fazer proporcionada através de dinheiro grátis.

A alternativa 2 é imprimir dinheiro, aumentar as regalias dos senhores feudais do alto funcionalismo e expandir o UBI (Universal Basic Income – o auxílio Brasil por exemplo) e assim garantir base de apoio e consequentes votos para 2026.

Explorando um pouco mais a alterativa 2, já são mais de 56 milhões de brasileiros atendidos pelos programas sociais, dos quais são estimados que 42 milhões são eleitores. Some esse número aos 12 milhões de funcionários públicos Federais e a base de eleitores para perpetuar o atual governo parte de 54 milhões de votos, independente do caos.

Lembre-se que a classe média é uma câmara de eco, em que ela prega e protesta com ela mesma. Ela é numericamente inferior, não tem voz perante os senhores feudais. Na prática, além de cômodo, o grande incentivo do governo é arroxar e tirar dinheiro da classe média para expandir regalias do feudo e distribuir dinheiro grátis via UBI. Perde-se um voto em detrimento ao ganho de vários.

A alternativa 1 nos tiraria lentamente do buraco.

A alternativa 2 caminha pelos trilhos da Argentina de Cristina e Alberto Fernandez.

Se você acredita que o governo brasileiro irá optar pela alternativa 1, Tesouro Direto e ações na B3 fazem perfeito sentido.

Se você tende a acreditar que a alternativa 2 é mais provável, a janela para que você tenha Bitcoin está ficando estreita. Nesse cenário, Bitcoin a 20 mil, 40 mil ou 200 mil dólares fará pouca diferença quando comparada a destruição potencial de patrimônio que se desenha até as próximas eleições.

O cenário mais provável para o Brasil, você decide!