Texto originalmente publicado na newsletter HashInvest de 30/09/2020
Não vou entrar em méritos religiosos… mas vou fazer uma simplista analogia com as “grandes festas” da religião judaica pelas quais acabamos de passar. O judaísmo se utiliza do calendário lunar, bastante diferente do calendário gregoriano que estamos mais acostumados.
Por grandes festas, entendemos o período que engloba Rosh Há Shaná (ano novo) e o Iom Kipur (dia do perdão). Em Rosh Há Shaná, além de reunir a familía para comilanças (esse ano comprometida por conta da pandemia), inicia-se um período de profunda reflexão interna. Em teoria, essa reflexão se estende até o dia do perdão, onde tradicionalmente os judeus fazem um jejum completo de mais de 24 horas. Esse jejum pode ser encarado como expiação (mais uma forma de compensarmos os nossos pecados), mas principalmente um momento dedicado ao interior, da mais pura e profunda reflexão interna. Com o arrependimento sincero dos nossos mal feitos, tenham sido intencionais ou não, temos os nossos nomes escritos no livro da vida. A expressão mais utilizada nessas comemorações é o Shaná Tová Humetuká, onde se desejam uns aos outros que tenham um bom e doce ano.
Em paralelo, aproveitando do período de reflexão, podemos estender a reflexão para outras dimensões do nosso cotidiano. Como para a nossa saúde financeira e planejamento para os anos vindouros, para que também sejam bons e doces na dimensão econômica e financeira.
Com juros reais negativos, bolsas de valores sustentadas pelas injeções de liquidez de governos ou pela “falta de alternativas” dos investidores independente da saúde financeira das empresas, no mínimo vale a reflexão e ponderação sobre novas classes de ativos e seus preconceitos.
Desejo à todos um Shaná Tová Humetuká.
